sábado, 24 de janeiro de 2015

Escola De Formação Edith Stein- MODULO I- FORTALEZA, CEARÁ - DIMENSÃO HUMANA



1o. dia



I Modulo Norte/Nordeste
OCDS da Província São José.
Gerando formadores segundo o Coração de Deus.

Aula de Abertura da Escola De Formação Edith Stein


Rose Lemos Piotto, ocds- aula de abertura na ESCOLA DE FORMAÇÃO

Queridos irmãos e irmãs , gostaria de começar com a mesma frase da aula magna do primeiro modulo, dado no sudeste pelo nosso provincial frei Cleber em julho de 2014: “Agora começamos, e procurem ir começando sempre, de bem em melhor” (F 29, 32).
Isto por que esta mesma frase de Nossa Santa Madre foi a nossa Inspiração também para o primeiro Plano de formação de nossa província colocado em pratica há mais ou menos 18 anos atrás*. “Agora começamos, e procurem ir começando sempre, de bem em melhor” (F 29, 32).  E Por causa de ir começando sempre , tentando sempre de bem em melhor é que estamos aqui hojecom mais um módulo da Escola De Formação Edith Stein.
Gerando formadores segundo o Coração de Deus! Como será isso? O que sabemos é que para nós carmelitas Teresianos a formação é de grande valor e importância. Isso vem do nosso berço materno. Nossa Mae Teresa valoriza a formação quando diz: “A falta de formação religiosa é a causa primordial de muitas incoerências da fé. Por isso a Santa, referindo-se a esta ignorância, diz que “– “porque um espírito que não comece pela verdade melhor faria em não orar. Além disso a instrução é muito boa porque ensina aos que pouco sabemos e nos dá luz, para que, chegando às verdades da Sagrada Escritura, façamos o que devemos e de devoções tolas, livre-nos Deus” (V 13,16). E também Teresa aconselha as monjas a tratarem com letrados. Chama a atenção a preocupação de Teresa por sua formação religiosa e a de suas filhas. Não é algo conjuntural; responde à natureza mesma da fé cristã, tal como ela a percebe. Seus princípios essenciais não brotam das exigências naturais, mas da revelação divina positiva. Este caráter positivo da fé impõe um dever primário: inteirar-se de seu conteúdo. Este conhecimento não pode ser substituído pela boa intenção somente. (só desejar e nunca o fazer ...)
 E assim vai continuando seus conselhos sempre buscando levar suas filhas e filhos a se formarem dentro da vontade e do amor de Deus. Sem deixar de lado a instrução que devemos encontrar nos estudos de formação e informação propostos pela nossa Ordem e pela Igreja.
Nossa constituição ocds no n. 32 nos diz : “O objetivo central do processo de formação na Ordem Secular, é a preparação da pessoa para viver o carisma e a espiritualidade do Carmelo em seu seguimento de Cristo, a serviço da missão.”    
A formação há de ser permanente. É como o respirar, nunca podemos deixar! É algo inseparável da comunidade em que a vocação ao Carmelo nos insere. “A caridade aumenta ao ser transmitida”. Teresa quis formar comunidades orantes. O amor de umas para com as outras, por exemplo, será a primeira condição para poder começar um caminho de oração.

Formar segundo o Coração de Deus é ter plena consciência de nossa vida leiga, sem querer formar nossas comunidades para que sejamos frades ou monjas. Precisamos nos inteirar do que a Igreja quer de nós. Pois há muitos seculares que não tem plena consciência de quem eles realmente são; não buscam saber, não leem e não se formam, e nem aceitam a formação proposta pela igreja e /ou pela Ordem Secular. Para isso temos os nossos documentos nos orientando:  As constituições, a Ratio, Estatutos, Doc. Da Igreja e tantos outros. É preciso que nós carmelitas seculares  nos eduquemos  nesta dimensão para tomarmos consciência de que formamos parte de um povo que tem a mesma dignidade de filhos e filhas. Conforme nos diz nossas constituições , no proêmio: “A grande família do Carmelo Teresiano está presente no mundo sob muitas formas. Seu núcleo é a Ordem dos Carmelitas Descalços, formada pelos frades, as monjas de clausura e os Seculares. É uma só Ordem com o mesmo carisma”. Somos responsáveis e co- responsáveis da organização e missão carmelita na igreja.
Nós Carmelitas Seculares não podemos deixar que isso caia na sombra , fique esquecido. É importante recuperar o significado e seu alcance real. Somos missionários no nosso papel de leigos carmelitas, formamos parte do Carmelo missionário. Santa Teresa já dizia que o resultado de nossa oração eram os frutos das nossas obras. (7M)
Gerar formadores segundo o coração de Deus é uma tarefa para um carmelo Teresiano e que ama aqueles que seguiram os que seguiram Teresa de Jesus. Procuramos Aqui fazer como Santa Teresinha , tornar grandes as coisas pequenas, valorizar o que nos é dado mesmo que seja pouco. Integrando nossa vida cotidiana na divindade que se apossa de nós. É como se fossemos o sopro dessa presença. O extraordinário não é mais o que nos fascina , mas fazemos em imitar  verdadeiramente aquele que ÉAgora, pois, dizemos que esta pequena borboleta já morreu, com grandíssima alegria de ter encontrado repouso, e que nela vive Cristo. Vejamos que vida faz, ou que diferença há de quando ela vivia;”(M 7,3),
Para que uma lagarta se fecha num casulo? Para se transformar em bosboleta!
A importância de formar com o coração Teresa FEZ em vez de só falar prar fazer:
“- Na acentuação afetiva, Teresa ensina que a oração é um “negócio do coração”; não tanto da sensibilidade quanto da vontade. Ela privilegia o coração sobre o intelecto, o recolhimento sobre a meditação, o olhar cheio de amor mais do que as consideração que correm o risco de “por de pernas para o ar a retórica”. Educa ao amor na oração vocal, convicta como está de que na oração, como na vida, o que importa é o amor; é um axioma, várias vezes repetido:
“não está a coisa no muito pensar, mas no muito amar”; um amor que se traduz em atitudes de busca da vontade de Deus, de serviço na justiça, de amor e atividade pela Igreja, de dom de si no amor do próximo, É acentuada também a gratuidade da oração, que não deve jamais ser interessada, mas totalmente dirigia a Deus e aos seus interesses, à sua vontade por nós. Obviamente não se nega mas se subordina o conhecimento ao amor, a meditação à contemplação, o pensar ao amar, o intelecto à vontade. Mas na experiência afetiva da oração nasce o verdadeiro conhecimento de um Deus que se revela e fala ao coração do homem. A riqueza do conhecimento de Deus é amplamente documentada ao longo de todos os seus livros. Do encontro pessoal brotou a mais plena revelação de Deus, o mais humilde e sincero conhecimento do homem, no socrático “conhece a ti mesmo” que Teresa traduz como conhecimento de si para ser na verdade-humildade (1M 2,8; 6M 10,7).”( Frei Jesus Castellano Cervera, OCD)

 “A propriedade do amor é de nunca buscar a si mesmo, de nada reservar nada para si, mas de tudo dar àquele que ama. Feliz a alma que ama verdadeiramente; o Senhor torna-se cativo de seu amor!”5.
O papel do formador aqui é de ser delicadamente sutil e inteligente, como o foi nossa Grande Teresa, e nosso pai João da Cruz. Quando diziam o que tem que ser dito sem caminhar por seus formandos. Deixá-los dar passo a passo sem desejar que estes sejam a dados a “nosso” modo, mesmo que isto demore dias, meses anos. E que assim caminhe cada um no seu caminho sem desejarmos santificá-los ou canonizá-los antes da hora.
Olhemos os Conselhos de Elizabete  para uma leiga sua amiga na carta 113:
 “Oh, pois alma formosíssima entre todas as criaturas, que tanto desejas conhecer o lugar onde se encontra o teu Amado para procurá-lo e unir-te a ele, já se te disse que tu mesma és o aposento onde ele mora e o recanto e refúgio onde ele se esconde; o que é coisa de grande contentamento e alegria para ti ver que todo teu bem e esperança está tão perto de ti, que está em ti, e para melhor dizer, tu não podes estar sem ele”2.
Esta é a vida do Carmelo: viver nele. Então todos os sacrifícios, todas as imolações tornam-se divinizados. A alma descobre, através de todas as coisas, aquele a quem ama e tudo e a leva a ele. Trata-se de  um diálogo cordial ininterrupto com ele. Deste modo você já pode ser carmelita  em espírito.
Ame o silêncio e a oração porque constituem a essência da vida do Carmelo. Peça à Rainha do Carmelo, nossa Mãe, que lhe ensine a adorar a Jesus em profundo recolhimento. Ela ama tanto suas filhas do Carmelo... É sua Ordem predileta e ela é a nossa Patrona.
Invoque também a nossa seráfica Santa Madre Teresa. Ela amou tanto que morreu de amor. Peça-lhe esse amor apaixonado que ela sentiu por Deus e pelas almas, pois a Carmelita tem que ser uma apóstola. Todas as suas orações e todos os seus sacrifícios são orientados para este fim.
Conhece São João da Cruz? É nosso pai. Com que profundidade ele penetrou no conhecimento de Deus. Antes dele, deveria falar-lhe do Profeta Elias, nosso primeiro pai. Observará que nossa Ordem é muito antiga pois remonta aos Profetas. Ah! Quanto me agradaria cantar todas as suas glórias.
Amemos nosso Carmelo. Ele é incomparável. Quanto à Regra, minha Germaninha, você verá algum dia como ela é bela! Viva-a desde agora em espírito!”


Que nossa Provincia possa crescer e caminhar começando sempre, de bem em melhor, sem medo de inovar e sem medo dos percalços que com certeza sempre hão de nos aparecer, que nosso amor seja sempre de  renovar a vida espiritual por meio da oração constantemente confrontada com a s obras e o amor à Igreja.
Amem!


Rose Lemos Piotto, ocds





5 As duas citações finais são  do CE 32,2 [S. João da Cruz]: “Es propriedad del amor perfecto no querer admitir ni tomar nada para sí ni atribuirse a si nada”. Elisabete diz “buscar-se” [“se rechercher”] em lugar de “ocupar-se de si próprio” de S. João da Cruz; e CE 32,1 “Dichosa el alma que ama, pues tiene a Dios por prisionero rendido a todo lo que ella quisiere,...”.
2 São João da Cruz, Cântico Espiritual, Canção 1a. , no.  7

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